Bem Vindos

"...Por isso lhe faço esse convite e abro esse espaço onde coloco pensamentos, experiências. Diminuindo distâncias, quebrando barreiras, estreitando laços já firmados e criando outros que com certeza serão abençoados por Deus. Pelo menos tem sido assim em minha vida. A cada dia descubro que Deus está comigo, se revelando em cada pessoa que Ele escolhe e coloca em meu caminho pra ser apoio, guia, porto seguro, enfim... Seja Bem Vindo – AMIGO"
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segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Oh Beleza tão antiga e tão nova!


Segundo Joseph Ratzinger, nosso Bento XVI, a arte cristã, hoje, encontra-se num dilema: por um lado, deve opor-se ao culto da feiúra, que diz que tudo o que é belo é uma ilusão e que só a representação do cruel, baixo e vulgar é a verdade, a verdadeira luz do conhecimento, que exprime a crua e verdadeira realidade. Nesta linha, pense-se na grosseria das novelas e filmes, pense-se em certa arte que se compraz no bizarro, no exótico e hermético... No fundo, tal arte exprime o não-sentido, o absurdo de uma realidade que não é fruto de um Lógos, de um Amor eterno.

Por outro, deve a sensibilidade artística cristã contrapor-se à beleza fraudulenta, que faz com que o ser humano se rebaixe ao invés de fazê-lo grande, e que, por essa razão, é falsa. Aqui temos a arte do culto da forma sem conteúdo, como, por exemplo, a exposição do corpo humano, reduzido a objeto de sedução e incitação ao erotismo claro ou implícito... Nesta linha a realidade aparece desprovida de consistência: tudo é reduzido a consumo e satisfação dos próprios sentidos: fica-se na casca, na aparência das coisas, sem a capacidade de contemplar realmente o ser em toda a sua beleza e em todo o seu mistério! Nunca deveríamos esquecer que o ser, pelo simples fato de ser, de ter escapado do nada, é digno de admiração e profundo respeito!
Ratzinger invoca a famosa a frase do grande escritor russo, Dostoievsky: “A beleza salvará o mundo”. De que beleza fala o ilustre pensador? Refere-se ele Àquela Beleza de que fala Santa Teresa d’Ávila: “Formosura que excedeis a toda formosura, sem ferir dor fazeis e sem dor desfazeis o amor da criatura!” Sim, a Beleza suprema que nos é dada a contemplar neste mundo, a Beleza, critério de toda outra beleza, a norma de toda estética realmente libertadora, é a Beleza redentora de Cristo, o crucificado e ressuscitado!

Precisamos aprender a contemplá-lo, contemplar a beleza do Cristo – insiste Ratzinger. Contemplar significa entrar em simpatia, em sintonia com a estupenda realidade que ele representa e produz no mundo: um amor que se doa totalmente para nos redimir, para nos divinizar! Um amor que revela o sentido último de toda a realidade! Sem este amor, o mundo morre sufocado pela banalidade e a feiúra! Se nós o conhecermos, não apenas nas palavras, mas se formos trespassados pela flecha da sua beleza paradoxal, só então o conheceremos verdadeiramente, e não apenas porque ouvimos outras pessoas falando a seu respeito. E então teremos encontrado a beleza da Verdade, da Verdade que redime e seremos suas felizes e entusiasmadas testemunhas!


Nada pode pôr-nos em contato tão próximo com a beleza do próprio Cristo como o mundo de beleza criado ao longo dos séculos pela fé e a luz que brilha na face dos santos, através dos quais a própria luz do Senhor se torna visível.


Baseado em artigo de Dom Henrique Soares da Costa
Bispo titular de Acúfida
Auxiliar da Arquidiocese de Aracajú.