
Enquanto estávamos envolvidos em nossa rotina diária de trabalho e obrigações mais um ano se passou. E surpreendidos pelos comercias de TV e pelas ruas e vitrines enfeitadas, nos demos conta de que mais um Natal se aproxima.
A cada ano se tornam mais comuns os comentários sobre a brevidade do tempo e sobre o Natal não ser mais o mesmo. Afinal corremos tanto atrás do efêmero, que acabamos por perder a essência dos reais valores que encontrávamos nos nossos Natais de infância.
Hoje o Natal começa em Outubro; e não é pela alegria e ansiedade de comemorar a vinda do Salvador e sim para lembrar, nós os consumidores, que precisamos começar a preparar o bolso para a gastança de final de ano. Afinal são muitas luzes, enfeites, comida, bebida, presentes...Isso tudo é muito bom, pois, faz parte do Espírito Natalino a presença da família e dos amigos, o amor, a união, o perdão, enfim, a proximidade das pessoas para a comunhão com a Sagrada Família que nos presenteia com o menino Jesus. Mas aí é que está. Precisamos examinar nossos corações pra constatar se realmente essa é nossa reta intenção – “A comum união por Cristo Jesus”; ou se tudo isso faz parte do efêmero, ao qual, já estamos tão habituados.
Se fizéssemos a experiência de nos desfazermos de todo o peso que foi adicionado ao Natal pra que esse se tornasse mais light, para ficarmos somente com o que realmente importa - “O Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem”, “O Caminho, a Verdade e a Vida” – descobriríamos que o Natal não mudou e não muda. O que mudou mesmo fomos nós, a nossa história e nossa complicada vida de adulto. Disse Jesus que quem não recebe o Reino de Deus como uma criança, nunca entrará nele (Mc 10,15). E o Natal faz parte desse reino rejeitado num mundo repleto de adultos orgulhosos.
Foi por isso então que o primeiro Natal chegou para aqueles humildes pastores de ovelhas. Se viesse para pessoas iguais a nós, super atarefadas, por certo a notícia – “Nasceu o Salvador de vocês” (Lc 2,11), seria recebida como uma chacota. Afinal, quem de nós precisa de um Salvador que nasce numa estrebaria? Precisamos e estamos mais preocupados, com o décimo terceiro, ou com qualquer coisa que nasce numa agência bancária!
Mas o Natal não mudou e nunca mudará. O menino Jesus, mesmo diante da indiferença de muitos continua nascendo a cada dia, buscando corações dispostos a servir de manjedoura para acolhê-lo, assim como Ele nos acolhe em nossas necessidades e fraquezas humanas.
Que Neste Natal e em todo o novo ano que se aproxima, saibamos acolher as Graças de Deus, dominar nossa natureza e que a cada dia, sendo visitados pelo menino Jesus, que hoje nos é dado, nosso homem interior seja remodelado à Sua imagem e semelhança.