
”O sujeito é o ser que realiza a ação do verbo. É o que dá movimento às frases.”
Assim somos cada um de nós, e nossas frases são nossas vidas. Sempre que agimos, o fazemos a partir de nosso mundo, de nossa história pessoal. Valores, possibilidades, limites.
Ser um sujeito compara-se a ser a peça de um grande quebra-cabeça a qual está carregada de desejos, paixões, angústias, sentidos, mistérios. Tudo isso remete à subjetividade um caráter sacral, pois possibilita o sujeito estar no mundo de maneira única.
Um objeto pode ser repetido, comprado, usado, manuseado e descartado. Um sujeito não. Cada um de nós tem a unicidade da criação e nossa subjetividade recebe um valor a ser respeitado.
Nossa vida é plural e singular. Vivemos nessa dinâmica de vivencia desses dois extremos. Porém, para que possamos ser plural, é necessário que antes sejamos singular. É simples. Funciona como o quebra-cabeça. O resultado final da arte do quebra cabeça, ou seja, o plural, só é possível através da unicidade e singularidade de cada peça. E para formar o todo as peças não necessitam abrir mão do que elas são, ao contrário, é a partir da subjetividade de cada peça que juntas formam o plural a ser admirado. Esse todo jamais seria alcançado se cada uma se mantivesse sozinha em sua singularidade.
Antes de ser comunidade o ser humano é singular, reservado, particular, pois, segue a mesma regra do quebra-cabeça. Se junta aos outros para compor o todo, mas não deixa de ser o que é.
Nosso contexto histórico que forma nossa subjetividade, é nosso ponto de partida. É como a escritura de um terreno, afinal, é nele que nos firmamos para ser o que somos, e é dele que saímos para ser com os outros. Assim se formam as grandes amizades, os amores. São subjetividades, sujeitos sacrais, que no encontro se pluralizam e fazem histórias compartilham e constroem vidas.