
Vejamos por exemplo a mídia. O que ela explora? O que vemos ao ligar a T.V. ou abrir o jornal? São tragédias, guerras, corrupção, terremotos, enchentes, crimes... São noticias que devem sim chegar a público, até mesmo para que possa haver uma reação solidária para com quem necessite. Porém, a necessidade de polemizar e de “vender noticia” acaba fazendo com que os criminosos anônimos de todos os dias se tornem grandes notícias enquanto que as pessoas e os acontecimentos que deveriam ser furo de reportagem aparecem minúsculas em um canto qualquer do nosso jornal diário.
Temos a sensação constante de estar vivendo sobre o caos. Caos é a desordem, o anti-cosmos, a feiúra. O gesto criativo de Deus acende a luz e desfaz o poder do caos. É o próprio Deus quem diz: “Tudo é bom, tudo é belo!”
O grande problema é que desde a origem do mundo as escolhas humanas nem sempre estão a serviço da beleza e da bondade. O que a grande mídia expõe costuma ser o descomprometimento humano com a continuidade da criação.
É tão bonito pensar que somos continuadores da criação, e que Deus continua criando cada vez que uma ação humana restitui a beleza perdida. São tantas as pessoas espalhadas, anônimas por aí, em nossas cidades, em Ongs, em nossas igrejas nos trabalhos pastorais onde tantas são as belezas restituídas por braços que estão abertos para acolher e ao mesmo tempo prontos e fortes para a luta. São crianças desnutridas, jovens viciados, familias destruídas... enfim, são belezas de Deus que se perdem em meio ao caos e que por meio desses braços se recuperam e cantam a Glória do criador.
O bem, mesmo quando não é noticiado, nunca perde sua força pois é alimentado de convicções que são sempre atuantes. Vamos interagir então, e aprender com esses “esteticistas anônimos”, que ao invés de cosméticos precisamos de um Cosmos Ético, e que urge a redescoberta de embelezarmos o mundo buscando a beleza, a verdade e a justiça.