Muito se pensa, se escreve, se cogita acerca da interpretação do ser, do existir. Partindo daí sou filosofia, sou ciência. Sou interpretação que nos campos filosóficos, científicos e teológicos fazem de mim um motivo de estudo.
Sou corpo, sou alma, sou matéria, sou espírito, sou resultado de uma explosão. Sou razão, sou fé, sou pensamento. Sou dualismo.
Aos olhos de alguns sou sentimento, sou pensamento, amor, ódio, amigo, inimigo. Sou simpatia, alegria, tristeza, seriedade, responsabilidade, sou tudo, sou nada, soberba, humildade. Sou momento, sou rótulo. Ponto de vista.
Mas, sou apenas criatura. Sou resultado da maior expressão do amor de Deus. Sou vida. Sou fruto. Sou parte da Revelação fundante e constante de Deus, afinal essa nunca é acabada. Ele não apenas nos cria e nos deixa soltos numa criação encerrada. Pelo contrário, a criação é continuada e continua em mim, em todos nós.
Nesse caso, seria muita pretensão minha e de qualquer um rotular-me, descrever-me. Sou complexo. Matéria e espírito, sou corpo e alma, sou pensamento, sou sentimento, sou razão e fé. Sou dualidade integrada. Não caibo em dualismos encerrados. Sou constante transformação, pois sou aprendizado, estudo, resultado de erros, acertos, vitórias, derrotas, sonhos, frustrações, orações, amores, relacionamentos que a cada dia me trazem algo novo e que me faz mudar, crescer.
Não posso me encerrar nos desejos nem nos rótulos que os outros impõem a mim, pois, não estou pronto, não sou perfeito. Sou obra, sou construção; sou reforma lapidação. Sou criatura sim, já fui criado, mas paradoxalmente estou sendo feito.